Como é composta a matriz energética brasileira?
Você sabia que quase metade da energia consumida no Brasil vem de fontes renováveis? Veja como é composta matriz energética brasileira!
Diferentemente de grande parte dos países, o Brasil possui quase metade da sua matriz energética advinda de fontes renováveis e limpas, enquanto a matriz energética mundial é composta apenas por 14% de fontes renováveis. No Brasil, essas fontes totalizam 46,2%, segundo os dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A matriz energética representa o conjunto de fontes de energia disponíveis em um país para suprir sua demanda energética. No caso da matriz energética brasileira, as fontes são bastante diversas, compostas por fontes renováveis e não renováveis. Entenda melhor!
A composição da matriz energética brasileira
Com o uso indiscriminado de combustíveis fósseis nos últimos séculos, o aquecimento global se tornou uma realidade, aumentando a urgência para uma matriz energética mundial mais renovável e menos poluente. Nesse caso, o Brasil já está à frente com grande parte da produção de energia vinda das hidrelétricas, biomassa, energia solar e eólica. Veja como se dá a distribuição.
Petróleo e derivados
A fonte que tem maior uso na matriz do país, 34,3%, é uma fonte não renovável. O petróleo ainda é a opção mais utilizada devido a sua disponibilidade e valor. Historicamente o Brasil é um país em que a energia elétrica, predominantemente, é produzida por hidrelétricas. Contudo, os derivados do petróleo têm um papel importante na demanda de pico do sistema elétrico e suprimento de municípios e comunidades não atendidas pelo sistema interligado.
Derivados da cana-de-açúcar
Em seguida, com 18% de participação estão os derivados da cana. O etanol é um biocombustível produzido por meio da biomassa e o uso do combustível vem ganhando destaque e se tornando uma alternativa à gasolina. Essa opção emite bem menos poluentes e tem um custo viável para produção em larga escala. Em 2020, o Brasil registrou um total de 35,6 bilhões de litros provenientes da cana-de-açúcar e do milho, a maior produção de etanol da história.
Hidráulica
Por possuir muitos rios e quedas d’água, o Brasil tem grande parte da sua energia elétrica produzida por usinas hidrelétricas. Assim, essa fonte renovável e limpa representa 12,4% da produção de energia total no país.
Atualmente, são mais de 140 usinas em funcionamento, com destaque para a Usina Hidrelétrica de Itaipu (Paraná), Usina Hidrelétrica de Belo Monte (Pará) e Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós (Pará).
Gás natural
O gás natural representa cerca de 12,2% da matriz energética. A sua exploração pode ser feita em campos terrestres ou marítimos. Contudo, no Brasil, grande parte, cerca de 80% da produção, vem de campos localizados no mar. O seu uso se dá na produção de energia, aquecimento e combustível de veículos.
Lenha e carvão vegetal
Essa fonte representa quase 8,8% da matriz e o carvão é obtido por meio da queima da madeira, resultando na substância negra. Ele é utilizado como combustível de aquecedores, lareiras, churrasqueiras, fogões a lenha, além de abastecer alguns setores industriais, como as siderúrgicas. O grande problema dessa fonte é que ela aumenta o desmatamento.
Outras renováveis — energia solar e energia eólica
Embora representem apenas 7% da matriz energética, os setores de energia solar e eólica vem crescendo muito nos últimos anos. Segundo a Absolar, o número de painéis fotovoltaicos instalados em 2020 aumentou 70%, gerando 7,5 gigawatts –o que representa quase metade da hidrelétrica de Itaipu. De acordo com a ABEEólica, a capacidade instalada de geração de energia por meio dos ventos chegou à marca de 16 GW no primeiro semestre de 2020 no Brasil.
Carvão mineral
O carvão mineral é outro combustível fóssil que traz prejuízos ao meio ambiente. Sua participação na matriz é de 5,3% e a tendência é que esse valor diminua ao longo dos anos tanto no Brasil quanto no mundo. Esse combustível é muito utilizado nas siderúrgicas e usinas termelétricas para produção de energia.
Nuclear
A energia nuclear tem representação de apenas 1,4% da matriz. No país, existem as usinas de Angra 1 e Angra 2 em funcionamento e a Angra 3 que segue em construção. Juntas, as duas produzem 2 mil megawatts. Essa fonte é uma saída para descarbonização da matriz, contudo, o custo de produção é bem elevado se comparado a outras fontes. Há ainda 0,6% de produção que vem de outras fontes não renováveis.
Portanto, é possível perceber que a matriz energética brasileira já está em transição para opções renováveis e limpas. Além disso, com a diversificação da matriz, o país não fica dependente de importação e não sofre com possíveis crises.
Publicado no site do Evolution Power Partners.